terça-feira, 7 de março de 2017

Cruzeiro "Caribe Mágico" - Kralendijk (Bonaire)


Bon Bini! - Bem-vindos!
Chegámos à ilha de Bonaire por volta das oito da manhã!
As expectativas em relação a esta ilha não eram muitas, achei que haveria pouco para ver e não é que haja muito, mas fui surpreendida pela positiva e gostei da breve visita que fizemos a Bonaire

Kralendijk é a capital e porto principal desta ilha de Bonaire. É uma província dos Países Baixos (Holanda). Como já referi antes, esta ilha, juntamente com Aruba e Curaçao são conhecidas como as ilhas ABC e formam as Antilhas Holandesas, localizando-se no mar das Caraíbas, ao largo da costa da Venezuela.
A ilha tem cerca de 18 000 habitantes e uma área de 290 km². Esta é uma ilha tranquila, conhecida como "O paraíso dos mergulhadores" (Divers Paradise). 

Foi habitada pelos indígenas Arawak que a chamaram de Bojnay ("Terras Baixas"). Foi também povoada pelos índios Caiquetio antes de ter sido descoberta pelos navegadores espanhóis (uma expedição dirigida por Alonso Ojeda e Américo Vespúcio) em 1499. Inicialmente a ilha foi chamada de "Ilha de Brasil". Os holandeses compraram a ilha de Curaçao aos portugueses em 1634 (para utilizar como base naval de apoio durante a guerra com os espanhóis) e as ilhas ABC ficaram assim nas suas mãos a partir do ano de 1636. Três anos mais tarde a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais iniciou aqui a produção de sal que, ainda hoje, é parte importante da economia de Bonaire juntamente com o turismo subaquático.
As Antilhas Holandesas tornaram-se uma região autónoma em 1954. Em Janeiro de 1986 Bonaire passou a ser território do Reino da Holanda. A 10 de Outubro de 2010 as Antilhas Holandesas foram dissolvidas ficando Bonaire com o estatuto de município especial da Holanda/Países Baixos. 

As terras mais altas da ilha situam-se a norte, sendo o monte Brandaris, com 240 m de altitude, o ponto mais alto. A zona sul da ilha é plana. Há lagos de água salgada sendo o mais bonito o lago Goto, habituado por uma grande colónia de flamingos. 
Aqui fala-se o papiamento (língua local crioula derivada do português) e o holandês mas também o inglês e o espanhol. A moeda utilizada é o dólar dos Estados Unidos.

Koralendijk (origem do nome Kralendijk) significa "recife de coral" ou "dique de coral". Ao largo da capital encontra-se a desabitada ilha de Klein Bonaire, conhecida pelas suas actividades de mergulho e snorkeling. Estas actividades, conjuntamente com o kitesurf e o windsurf, levam a que a ilha continue a ser reconhecida como um dos principais destinos, a nível mundial, do turismo sustentável. A ilha tem um longo historial na preservação da natureza, sempre tentando encontrar um equilíbrio entre a protecção ambiental e o desenvolvimento. Em 1961 iniciou a protecção das tartarugas marinhas, em 1971 baniu a pesca submarina, em 1975 tornou ilegal a remoção de corais vivos e em 1979 estabeleceu o primeiro parque marinho. Um exemplo seguido por muitos mas que o deveria ser por todos! Na ilha existe também um Santuário de burros onde residem mais de 300 destes animais. O local está aberto ao público.
A água do mar de Bonaire é destilada e purificada até se converter numa das águas potáveis mais puras do mundo.






Antes das oito e meia estávamos a sair do navio. Ao nosso lado estava atracado o navio da TUI "Mein Schiff 5".





Saímos e analisámos algumas ofertas de passeios antes de nos decidirmos a fechar negócio. O nosso itinerário seria mais ou menos este:

Saímos da cidade de Kralendijk (1) e seguimos para sul, passando perto do aeroporto e de alguns resorts (10 & 11). 

O flamingo é a ave nacional da ilha e uma espécie protegida em Bonaire. A reserva "Pekelmeer Flamingo Sanctuary", localizada nas salinas a sul da ilha, é um lugar especial para a reprodução da espécie pois é um dos 4 lugares no mundo onde isso acontece. É proibido lá entrar pois os flamingos são muito sensíveis a perturbações. No entanto podem ver-se algumas destas aves ao longo da estrada que nos leva para sul. Este refúgio atrai também muitas outras espécies. Existirão aqui mais de 15 000 flamingos, um número impressionante!
Os flamingos das Caraíbas têm uma cor mais brilhantes e são rosados devido e uma dieta rica em carotenos alfa e beta, pigmentos que se encontram nas algas e nos insectos. As crias são cinzentas e brancas e antes de aprenderem a voar devem aprender a correr. 


O sal sempre foi um produto muito importante chegando a ser moeda de troca e a causa de guerras e lutas entre povos. Os holandeses iniciaram aqui a produção de sal em 1639 mas a mesma reduziu-se após a abolição da escravatura em 1863. A produção continuou ao ritmos das necessidades do mercado, dos preços e do clima. Em 1960 um empresa americana desenvolveu novos mecanismos solares revitalizando de novo a indústria de sal. A sul da ilha encontramos as salinas (12) com as suas pirâmides de cristais de sal que se destacam na paisagem árida. 






Se de um lado temos as salinas do outro temos um mar de distintos tons de azul. As pedras pintadas de amarelo com um nome a preto identificam os pontos de mergulho ou de snorkling.


 
Mais para sul e junto a um mar de cor impressionante encontramos umas construções que se destacam - as cabanas dos escravos (13). Estas casas, entretanto restauradas, foram construídas em 1850, ainda durante a época da escravidão, e serviam de alojamento para os escravos que trabalhavam nas salinas. Podiam também servir como dormitório e lugar para guardar os pertences das equipas de trabalho. À Sexta-feira à tarde os escravos caminhavam cerca de sete horas até Rincón para passar o fim-de-semana com as suas famílias, regressando depois no Domingo. 
E frente a estas cabanas, que nos recordam um período negro da história da humanidade, temos um mar que fascina! A cor, a areia que aqui é substituída por corais e o som das ondas quando chegam aos corais prendem a nossa atenção! Contrastes!



 




Percam uns segundinhos e ouçam lá este som!

E antes de invertermos marcha para seguir para norte mais uma paragem para apreciar as salinas e os seus tons de branco,cinza e rosa!

A paragem seguinte foi em "1000 steps" (4) ou "1000 degraus", um dos 86 locais assinalados para mergulho ou snorkling. Na realidade não são 1000 os degraus que separam a estrada da praia mas sim cerca de 200.
Do cimo das escadas conseguimos visualizar tartarugas e peixes coloridos, um deles de um azul forte. Imagino que mergulhar nesta ilha seja uma experiência fascinante!



 



Uma outra forma de conhecer a ilha:
Continuámos viagem e virámos para o interior da ilha para parar num miradouro com vista para o "Gotomeer" ou Lago Goto (6) e para o Parque Nacional Washington Slagbaai. Esta lagoa de água salgada, já perto do extremo norte da ilha, é um local de reunião de flamingos.



Ainda fizemos uma paragem na estrada junto ao Lago mas mesmo com a objectiva no máximo não é possível fotografar  melhor os flamingos. 


Seguimos em direcção a Rincon, a segunda cidade da ilha, criada pelos espanhóis há cerca de 500 anos. A maioria dos residentes são descendentes dos escravos. Antes parámos junto à casa mais antiga, situada nos arredores, e apreciámos a "arte" local de construir cercas com cactos! 




A casa mais antiga da ilha, nos arredores de Rincon 
Ao fundo os moinhos da energia eólica
A última paragem foi numa das praias da ilha, com acesso pelo "Eden Beach Resort" e já muito perto de Kralendijk. Nesta ilha não há grandes resorts hoteleiros e sim hotéis mais pequenos e a preços mais apetecíveis. Quem procura esta ilha como destino de férias não o faz pelas praias mas sim pelas excelentes condições de mergulho.

 





Regressámos à cidade e aproveitámos o tempo restante para fazer algumas compras e conhecer um pouco da zona mais perto do porto de cruzeiros. Wilhelmina Square dá acesso ao cais e é aqui que os artesãos locais expões os seus produtos nos dias em que há navios atracados.






Regressámos ao navio por volta da uma da tarde e a saída estava prevista para uma hora mais tarde. Adeus Bonaire, gostei muito de te conhecer!


Optámos por almoçar no restaurante Smeralda e evitar a confusão do Buffet.
O resto da tarde passou-se rapidamente e às 19h 30m estávamos já instalados no Teatro Urbino para assistir ao animado espectáculo "Radio".  

Antes do jantar ainda passámos pelo Átrio Itália Mágica para tirar uma fotografia na companhia do capitão Paolo Fusarini!

Mais uma ementa, mais uma selecção de pratos e assim se passou mais um jantar sempre bem servido pelos empregados de mesa!
Entretanto o navio afastava-se cada vez mais da costa da Venezuela e navegava pelo Mar das Caraíbas em direcção à ilha de Granada!
Vemo-nos por lá se decidirem continuar a acompanhar esta viagem!

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